A disputa pelos rumos da política maranhense chegou ao campo judicial e tem como palco os municípios de Grajaú e Arame. O ex-deputado e ex-ministro Pedro Fernandes, pai do deputado federal Pedro Lucas e do pré-candidato a deputado estadual Paulo Case, tem pressionado o prefeito de Grajaú, Gilson Guerreiro (PSDB), em uma batalha que mistura interesses eleitorais e questionamentos jurídicos.

A ação, apresentada no Tribunal de Justiça, questiona dispositivos relacionados à demarcação territorial e foi proposta por meio de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI). O Judiciário decidiu em sede liminar, ou seja, de forma provisória, sem julgamento definitivo do mérito. Essa medida serve apenas para resguardar direitos momentâneos, podendo ser revista a qualquer tempo.

Nos bastidores, porém, aliados do prefeito apontam que a verdadeira motivação não está nos limites territoriais, mas na recusa de Gilson Guerreiro em apoiar exclusivamente os filhos de Pedro Fernandes como candidatos do grupo político em Grajaú. A falta de submissão à pressão para transformar Pedro Lucas e Paulo Case nos nomes únicos da base teria sido o estopim do conflito.

A leitura é de que a batalha judicial virou um instrumento de pressão política, com o objetivo de fragilizar a gestão de Guerreiro e impor o projeto eleitoral da família Fernandes. “Não é apenas sobre território, é sobre hegemonia política”, comentou uma liderança próxima ao prefeito.

Ainda assim, quem acompanha de perto a trajetória de Gilson Guerreiro garante: o prefeito não tem perfil de ceder a imposições nem de entregar Grajaú a interesses alheios em troca de favores políticos. A expectativa é de que ele siga firme, defendendo o município e sua autonomia frente às pressões externas.

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